Aumentou nmero de negociaes com reajuste real de salrio, aponta Dieese

Em 2014, o nmero de negociaes salariais que conseguiu ganhos reais para os trabalhadores. Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos (Dieese), 91,5% dos acordos firmados entre patres e trabalhadores garantiu reajuste acima da inflao. Em 2013, o ndice ficou em 86,2%. O estudo considera a inflao medida pelondice Nacional de Preos ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).

O reajuste mdio conseguido nas negociaes de 2014 ficou em 1,39%, maior que o 1,22% alcanado em 2013, porm menor que o registrado em 2012 — 1,90%. Nas negociaes do ano passado, 44,8% terminaram com acordos que possibilitaram aumento real entre 1,01% e 2%. Em 25,1% dos acordos, o reajuste foi no mximo 1% acima da inflao e em 6,1% dos casos houve apenas reposio das perdas medidas pelo INPC. De acordo com os dados, em 2,4% dos casos o reajuste ficou abaixo da inflao.

Em 2013, o percentual de reajustes abaixo da inflao foi maior (6,3%). A quantidade de acordos que garantiram apenas as perdas inflacionrias em 2013 tambm foi maior (7,5%). Em 2012, os reajustes abaixo da inflao representaram 1,4% dos acordos. Naquele ano, 93,9% das convenes permitiram aumento acima do INPC.

Na avaliao do coordenador de relaes sindicais do Dieese, Jos Silvestre Prado de Oliveira, alguns fatores permitiram que os acordos em 2014 fossem melhores do que os de 2013, apesar do desempenho da economia, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), ter sido pior no ano passado.
Um dos pontos que contribuiu favoravelmente para esse cenrio, segundo Silvestre, foi o baixo nvel de desemprego. Mesmo com o mercado de trabalho com tendncia de perda da dinamicidade e gerao de novos postos, os nveis de desemprego foram baixos, destacou em referncia a 2014. As desoneraes concedidas pelo governo federal a alguns setores econmicos tambm permitiram maior margem de negociao em favor dos trabalhadores, na opinio de Silvestre.

Na diviso por setores da economia, o comrcio teve o maior percentual de acordos com aumento real (98,2%) em 2014. Na indstria o ndice ficou em 90,9% e no setor de servios 89,2%. Entretanto, os maiores reajustes (acima de 3%) se concentraram na indstria e no setor de servios, em 6,9% dos casos e 5,8%, respectivamente. No comrcio apenas 2,7% dos aumentos utrapassaram esse patamar.

O diretor do Sindicato dos Metalrgicos de So Paulo, Cludio do Prado, ponderou que apesar dos ganhos acima da inflao obtidos nos acordos, os trabalhadores acumulam perdas pela rotatividade da mo de obra, que reduz os salrios mdios. A rotatividade tem diminudo o poder aquisitivo do trabalhador. Ento, se a gente no levar em considerao a rotatividade e s levar em considerao as convenes coletivas, uma avaliao que no muito correta, comentou o sindicalista que compareceu divulgao representando a Fora Sindical.

Para Silvestre, a obteno de ganhos reais em 2015 depender ainda mais da mobilizao dos trabalhadores. A mobilizao vai ser ainda mais importante, por conta desse cenrio de incertezas, enfatizou. O diretor lembrou tambm que nos ltimos anos a gerao de empregos tem diminudo. Pelos indicadores, o mercado de trabalho brasileiro j vem perdendo fora desde 2012, acrescentou sobre os fatores que podem tornar as negociaes mais duras daqui para frente.

Fonte: Agncia Brasil.

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